Depois da monotonia que foi o GP da Europa, a Formula 1 regressa com a emoção a que nos vinha habituando desde o inicio da época.
Problemas para toda a gente menos para Alonso, que largou mal mas no fim acabou por vencer.
A vergonha fica na cara da Mclaren que tirou o 3º lugar a Button. Na troca de pneus de Button houve uma descoordenação tal que deram ordem para arrancar antes da roda estar apertada. É claro que a coisa não correu bem e Button teve de abandonar.
Com Vettel não houve problemas tão graves mas os mecânicos empancaram e, se não estivessem vestidos de azul, quase que apostava que eram os mecânicos da Ferrari.
Desta vez foi com estes, para o próximo GP há-de ser com outros. Só acontece a quem lá anda.
Massa e Hamilton protagonizaram uma das lutas mais bonitas dos últimos anos. Houve "chega p'ra lá" e, no fim, o tempo que os separava era de apenas 0,024 segundos. Se havia dúvidas de que Massa podia dar mais e lutar até ao final penso que ficaram tiradas. Ficou em 4º? Paciência. Pelo menos tentou.
Hamilton, em jeito de brincadeira, comentou no final que espera que os comissários o chamem por causa do toque em Massa. Esperemos que não, porque a Formula 1 tem muito mais a ganhar com corridas assim.
Schumacher, mais uma vez infeliz, deu um toque em Kobayashi e levou com uma punição extrema de Stop & Go. Schumi admite o erro e diz que não devia ter sido punido mas, que a ser, que fosse com um drive-through. Foi de 13º a 9º, pois, arriscou tudo ao colocar slicks com a pista ainda molhada.
Rosberg deu um bom fim de semana à Mercedes ao terminar em 6º. Depois de uma classificação terrível, a Mercedes até conseguiu fazer uma corrida maneirinha.
O homem do fim de semana foi Fernandinh, a melhor coisa que a Ferrari tem, no momento. Ele deu à Ferrari a vitória que vem fugindo desde a Coreia no ano passado (2010). Não é com isto que a Ferrari passa a ser candidata ao título (nem a Mclaren), porque esse já está mais que entregue a Vettel. Seis vitórias e três segundos lugares. Se o alemão terminar sempre em 2º, ainda assim, é campeão.
Falta falar da histórias dos difusores e sua proibição. A FIA é tão coerente como os nossos queridos políticos. Antes do fim de semana começar a proibição estava imposta e ninguém ia poder utilizar mais que 10% dos gases em "off-throtle" para ganhar downforce na entrada das curvas. Reclamação da malta que usa motores Renault por não ter estabilidade no carro e está armado o circo.
Reunião de emergência para decidir o que fazer e deram hipótese às equipas de escolher se querem os mapeamentos pré-Silverstone. Parece que a Ferrari e equipa B (Sauber) disseram que não. Isso não é de estranhar, já que a proibição caiu-lhes que nem ginjas.
Nos próximos dias é que se vai saber o que vai acontecer na Alemanha. Mas, com gases ou sem gases, está na cara que a Red Bull está na primeira linha e que, se não houver nenhum mecânico, com alcool no sangue, também vence a corrida. Com uma margem menor, é claro, mas o importante são os 25 pontos.
A Mclaren é que se pode queixar de não poder usar os gases, pois a perda de andamento foi mais do que notória.
No fim de tudo, a corrida foi boa, a asa móvel não fez assim tanta diferença (talvez por só haver uma zona de utilização do DRS), Hamilton e Massa proporcionaram emoção até ao fim e Webber e Vettel proporcionaram cenas de novela que vão ter próximos capítulos.
Webber estava mais rápido que Vettel e ao chegar-se ao colega de equipa tentou a sua sorte. Christian Horner, via rádio, deu ordem para que Webber não passasse Vettel, de uma maneira súbtil - "Fernando is faster than you. Maintain the gap." - Webber não gostou e tentou na mesma. O que vai acontecer na altura da renovação?
Alonso fez a 27ª vitória da carreira e deixou o aviso à concorrência de que está lá para aproveitar os erros dos outros. Vem sendo assim desde o Mónaco.